quinta-feira, 4 de maio de 2023

Adélia Prado

O sonho encheu a noite

Extravasou pro meu dia

Encheu minha vida

E é dele que eu vou viver

Porque sonho não morre


Sofro por causa do meu espírito de colecionador-arqueólogo

Eu quero por o bonito em uma caixa com chave

Para abrir de vez em quando e olhar


Em uma ocasião

Meu pai pintou a casa toda de alaranjado brilhante

Por muito tempo, moramos em uma casa, como ele mesmo dizia

Constantemente amanhecendo.