sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A Primeira História de Amor


Céu 
De imenso Véu tu cobres o Mar
Apaixonado Céu
Quem em sua doçura
Mantém-se fiel em amar ao Mar

Mar de rosto largo, porém raso
Não sabes que não por um acaso
Viveste a olhar pro Céu
Tolo Mar de vistas claras
Não vês que amores são chances raras
Com as quais não pode ser cruel

Ô estúpido Mar, então, por que só enxergas teu reflexo e não vês então o Céu

Céu que de amor adormece profundo
Tu que espalhas o azul no mundo
Divide sua cor com o seu amor
Ó Céu que calado adormece negro
Perdendo sua cor em desespero
Sem derramar uma gota sustenta a Lua

Mar que cheio de si se espalha
Enamorando a praia descobriu que sozinho está
Mar porque procuras só desejo
Querendo da areia um beijo
Que a Terra não há de lhe dar

Céu que amanhecendo se declara
Joga ao Mar sua jóia rara
Presenteado-lhe de forma clara
Dizendo-lhe que o ama

E agora Mar, que decisão tomar
Será que por fim aprendeste a amar
E vai então aceitar o Céu

Vejo que não irá, então tu vais mesmo tentar
Um outro desejo efêmero
Ficará com o ar, que lhe vive a galantear
Passando-lhe com o vento sobre o espelho

Tu não sabes mesmo amar
Escolhendo o ar ainda ficas só
Pois este lhe trará somente pó
E em ti nada irá deixar
Fará de você inquieto, somente lhe revoltará

E tu Céu ainda tão inocente
Mesmo o Mar não querendo o seu presente
Joga-lhe o Sol no entardecer

Mais agora o conseguiste  conquistar
Pois viste o até então tolo Mar
Que amor igual ao teu nenhum igual terá

E agora o Mar lhe permite o Céu então abaixar
Beijando-lhe sua doce fronte
Lindo casal celeste que és
Como Deus lhes condeno a ser fieis
Indo sempre juntos de mãos dadas

E saibam que seus filhos serão
Estrelas de brilho intenso no Céu
E de beleza exótica no Mar e que vocês mesmo que queiram
Jamais irão se separar, pois um do outro serão a fonte
Agora Céu e Mar, lhes dou suas alianças
Abraçados sois então o horizonte.


Rodrigo Diniz

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