segunda-feira, 12 de julho de 2021

A Máquina - Adriana Falcão

 Eu já havia ficado sabendo da existência de uma peça de teatro com esse nome, infelizmente eu nunca assisti a peça, que ficou muito famosa sendo encenada por atores excelentes como Vladimir Brichta, Lázaro Ramos, e Wagner Moura, passado isso, sem a minha devida atenção, procurando sobre frases famosas e de impacto na internet, me deparei com a seguinte frase.

"Seu coração disse para sua cabeça vá, e sua cabeça disse para sua coragem vou, e sua coragem respondeu vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou"

Essa frase eu li, guardei-a em um arquivo word, dentro de uma pasta chamadas textos, dentro do meu pen drive, e isso deve fazer uns 12 anos, daí, recentemente, quando me mudei pra área de trabalho do Open Space, reencontrei esse arquivo word, e resolvi pesquisar sobre a frase que eu acreditava ser da peça, quando descubro que na verdade é um livro, e no impulso, fui e comprei, na estante virtual, por 18 reais. O livro não é muito grande, um pouco mais de 100 páginas e nem todas escritas por completo, e daí aconteceu algo que não acontecia a muito tempo, eu devorei o livro em poucas horas, e me deliciei com a forma de escrever e de contar uma bela história de amor, no interior do Nordeste, mais precisamente, na cidade de Nordestina, o impacto do livro em mim foi tão grande que tenho vontade de comprar mais exemplares, e sair por ai evangelizando as pessoas com as palavras de Adriana, aqui porém guardarei alguns trechos, como estrelas que brilham mais do que outras numa bela noite de céu limpo.


Vai ser difícil não transcrever o livro todo, já que quase tudo é excelente, porém ela já começa com uma idéia que de tão simples guarda um genialidade gigantesca.

"Lá, de onde Antônio vem é longe que só a gota. Longe que só a gota pra trás, o que é muito mais longe que só a gota do que longe que só a gota pros lados. Pois vir de longe pros lados é vir de longe no espaço, lonjura besta que qualquer bicho alado derrota. Já vir de longe pra trás é vir de longe no tempo, lonjura que pra ficar desimpossível demora."

A genialidade aqui está na associação do espaço como algo horizontal e o tempo como algo vertical, é claro, já aprendemos isso na escola com planos cartesianos por exemplo, mas se tivessem explicado com poesia, seria tão melhor.


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